terça-feira, 12 de abril de 2016

Dicas de leitura I - por Profª Kelly Fernandes

Leitura sempre foi e sempre será coisa de uma minoria. Não é essa a minha opinião, e ela até me incomoda um pouco; muito menos é a opinião de algum aluno que não lê ou de algum professor desanimado com seus alunos não-leitores. Quem expressou essa posição polêmica foi ninguém menos que o português José Saramago, Prêmio Nobel de Literatura, certamente um cara que lia muito e escrevia para outros lerem. Sou muito mais partidária da posição de Mario Quintana. Em seu livro Caderno H, seus pequenos poemas em prosa explicam um pouco como pensamos sobre leitura: 

"CARTAZ PARA UMA FEIRA DO LIVRO
Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não leem." 

"LEITURA
Livro bom mesmo, é aquele de que às vezes interrompemos a leitura para seguir - até onde? - uma entrelinha... Leitura interrompida? Não. Esta é a verdadeira leitura continuada."
 
Acredito que todo mundo gosta de ler. Se acha que não gosta, é porque ainda não encontrou o livro certo. Em minha adolescência, fui uma menina que gostava de ler e tinha colegas que gostavam um pouco, mas muitas que não gostavam nadinha. Com onze anos, em minha primeira Feira do Livro, comprei o "A marca de uma lágrima", de Pedro Bandeira, que reli várias vezes. Esse livro já teve muitas edições e capas, como vemos  ao lado e abaixo - muita gente já leu. É uma novela infantojuvenil, que trata de questões que todo jovem - e especialmente toda guria - enfrenta: autoestima, primeiros amores, amizades, problemas na escola. Porém, não é só um livrinho de amor.
"A marca de uma lágrima" tem crime e mistério também, quando um assassinato ocorre, envolvendo Isabel, a protagonista, numa trama de inveja e violência. E tem poesia.
Como assim poesia? A gurizada que lê hoje está acostumada com livros "multimídia" - partes que lembram diários, escritas à mão, mensagem de texto com cara de Whats App etc. Esse livro é bem mais antigo, portanto não tem tanto disso.
 A mistura de gênero aparece quando a personagem principal escreve seus poemas para desabafar sobre o que sente. Ela é uma menina leitora, que gosta de poesia, por isso usa os textos
poéticos para se expressar, para brincar com a linguagem e para tentar entender seus sentimentos e sua situação. Ela está apaixonada pelo primo, namorado de sua melhor amiga. E agora? O que acontece com Isabel?
Recomendo esse livro para adolescentes que querem se distrair um pouco, exercitar sua imaginação e curtir um pouco de poesia. O autor, Pedro Bandeira, tem muitos livros legais para jovens. Esse, especialmente, foi lido por quase todas as minhas colegas de oitava série (correspondente a C30), mesmo pelas que achavam que não gostavam de ler. Guardo como um troféu o livro, até hoje, completamente "sovado", com a lombada se desfazendo. A capa dele é igual essa aqui embaixo:
 Temos "A marca de uma lágrima" na Biblioteca Castro Alves. Espero que leiam e espero que gostem!

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