quarta-feira, 26 de abril de 2017

Literatura indígena

Estamos no século XXI e, com toda a compreensão multicultural que temos, não se justifica que a escola use o Dia do Índio para trabalhar enfeites baseados em um personagem histórico mitificado e artificial.  Mas, para aqueles educadores que acham válido ainda aproveitar a data para tratar oportunamente da contribuição indígena na nossa cultura, fica a dica: a literatura indígena está em alta. Abaixo, uma reportagem sobre o tema e o convite para conhecer esses e outros autores indígenas que temos em nosso acervo.



http://www.cartaeducacao.com.br/entrevistas/uma-literatura-%E2%80%A8em-ascensao/





terça-feira, 18 de abril de 2017

Texto de Abertura da Biblioteca 2017

Olá, comunidade guerreira!

Finalmente nossa biblioteca começará os atendimentos às turmas deste ano! Demoramos um pouco para abrir, e para quem não sabe, nos explicamos: além de termos começado esse ano conturbado com muita falta de professores (tivemos que priorizar as aulas em detrimento dos setores, entre eles, a biblioteca), também houve modificações estruturais e reorganizamos alguns assuntos nas prateleiras. Esperamos que a nova organização agrade e seja incentivo para mais gente ler ainda mais!

Então, começamos esse ano com uma contação de histórias sobre direitos humanos, adaptada aos pequenos, aos grandinhos e aos professores, respectivamente. Depois traremos mais sobre isso, no momento vamos trazer aqui um texto que faz parte dessa contação, adaptado e resumido, do site da Revista Fórum,onde se pode ler o texto completo.


Seu dedo apertou o gatilho: 

o sonho acabou


Professor faz relato emocionante sobre a morte de Maria Eduarda, adolescente executada com três tiros pela Polícia Militar dentro de escola no Rio de Janeiro

Por Alcidesio Júnior*
maria-eduarda
Hoje foi executada com três tiros, pela Polícia Militar, um na cabeça, um na nuca e outro nas costas, uma menina de 13 anos. Dentro da escola, em aula. Não é a primeira e não será a última. Morreu com black na cabeça, camisa e bermuda do uniforme da prefeitura do Rio de Janeiro, e um tênis rosa. Sem mochila ou celular, pois estava indo beber água. Jogava vôlei, ganhou por isso uma bolsa para ir para um colégio particular como aluna atleta, como diversos outros alunos do colégio conseguiram. Fruto de um trabalho maravilhoso dos professores de Educação Física, a menina começou a ter sonhos. O colégio foi o melhor da CRE, venceu jogos e campeonatos contra colégios particulares, trouxe 9 medalhas das 10 modalidades que participou no ano passado. Foi o destaque. Ela era da equipe. Mas, morreu.
(...)
Eu sairia as 16:20, estava com a turma de 6º ano. Ouvi três tiros de pistola. Coloquei todos sentados e em silêncio em local seguro. Ouvi mais rajadas de fuzil. Gritos. Controlando a turma, boatos vinham, diziam: menina baleada. Disse a turma que iria averiguar e eles esperassem. Concordaram. Um funcionário, pai de aluna, que veio três vezes a turma, (...) estava no corredor. Perguntei a ele o que realmente havia acontecido, ele pegou no meu braço e disse: (...) Olhe ali embaixo. Vi o corpo e a poça de sangue. Morta. Voltei a turma. Confirmei o boato. (...) Na primeira pausa do tiroteio (...) os alunos foram liberados para casa. Mas a troca de tiros, não parou. (...) Muita dor, revolta, desespero, ajuda… gás de pimenta, coquetel molotov, tiros, fogos, gritos…muitos gritos. Muita gente desesperada, muita gente desmaiando. O inferno. Fogo na rua, barricadas, ônibus e carros queimados. Tiros. Execução sumária. Revolta. Justa revolta. E nós, professores e funcionários, ali. Muito ódio. Justo ódio. E ela, morta.
Esta política de “combate às drogas”, mata. Morre policial, morre traficante, morre inocente. Lucrando com ela, uma minoria de Políticos e “Empresários” da “boa sociedade”, que fornecem armas e drogas para os dois lados. Vendem a ideia de que vivemos em uma “guerra”, para atuarem livremente. Encontram eco nos discursos conservadores que dizem que “bandido bom é bandido morto”, que “favelado é criminoso”, que “direitos humanos só servem pra proteger bandidos”, que a “polícia deve ser justiceira contra bandidos”… Se você defende isso, parabéns!, seu desejo foi realizado: seu dedo ajudou a puxar o gatilho do fuzil que matou Maria. Ela virará estatística: mais uma preta, pobre e favelada que morreu. Junto com ela o humano deste ser. Nesta lógica do olho por olho, ficamos todos cegos.
A família gritava: “a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro matou minha irmã “; “a favelada que estuda, tá aqui morta, enquanto isso, aquela criminosa foi solta pra cuidar do filho dela”; “queria ver se fosse na Zona Sul, se isso aconteceria, se as pessoas seriam tratadas assim”. O que dizer? Justo. Muito justo e lúcido.
Muitas coisas me doeram hoje. (...) Mas nada se comparou a dor sentida ao ler a mensagem que recebi do professor que mudou o colégio com sua nova forma de organizar a Educação Física, dando esperança a dezenas de alunos-atletas, que até então eram apenas “péssimos alunos” ou “projeto de marginais”: “Obrigado, Júnior. Mas a minha pergunta é: do que adiantou eu ajudar ela a sonhar?”
* Alcidesio Júnior é professor da Escola Municipal Jornalista Daniel Piza


Outros livros usados nessa contação:





Mudanças estruturais na Biblioteca

Olá, comunidade guerreira!

      Nossa biblioteca teve algumas alterações estruturais em 2017 para melhor atendê-los. A literatura estrangeira - em inglês, espanhol e francês, não traduzida, passou a localizar-se ao lado da literatura estrangeira traduzida para o português. Ela continua identificada pelas fitinhas nas cores dos países falantes de cada língua estrangeira, como sempre. Quem sabe seria um bom desafio tentar ler um desses livros?

Literatura estrangeira original e traduzida

     A literatura brasileira e sua subdivisão rio-grandense passaram a ter mais destaque, ficando em prateleiras lado a lado, na divisa entre a área de pesquisa e a área de contação. Cada uma continua com as fitinhas nas cores da bandeira do Brasil, para a nacional, e do estado, para a gaúcha. A poesia ganhou uma prateleira ao lado, encostada na parede, e também mantém a fita branca com corações. 
     

Literatura Rio-Grandense, Brasileira e Poesia
    

     Os livros para professores, que tratam de temáticas específicas e são usados em atividades mediadas pelos docentes, agora estão vizinhos da poesia, em três prateleiras novas. Eles continuam divididos em Comportamento, Artes, Coleções, Material Multimídia, Clássicos e Recontos, Animais, Educação Ambiental, Diversidade e Datas Comemorativas. Os livros mais finos, que não têm lombada nem param de pé, ficam em cestos de apoio para facilitar a consulta e a localização dos títulos.

 
Livros para trabalho docente

 

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Contação para professores com Conto de Anton Tchekhov


    


recepção contou com chá e bolo
A abertura da biblioteca em 2017 teve atividade especial para professores. A contação de histórias começou com a leitura de Pamonha, de Anton Tchekhov e Um Freud sombrio em uma Europa sombria, texto publicado na Zero Hora de 1º de abril de 2017, que trata do livro O mal estar na cultura, de Sigmund Freud. 
     Após a leitura, os professores presentes conversaram a respeito, relacionando aspectos dos textos literário e jornalístico ao momento histórico em que vivemos. 

apresentação do livro trabalhado com os alunos menores

professores participam de contação

Professores participam de contação


Professores participam de contação


Texto de jornal é tema de contação





O texto acima é um dos contos do livro A dama do cachorrinho, publicado no fim do século XIX na Rússia. Foi encontrado por nós em um dos livros direcionados à EJA, com a validade vencida e usado na contação de abertura da biblioteca em 2017.